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Ao sintonizar qualquer rádio brasileira por volta das 19h, não tem erro: ouve-se aquela
conhecida abertura instrumental que já condicionou grande parte dos ouvintes a perceber que
começou a ‘Hora do Brasil’ – programa radiofônico realizado pelo governo federal desde 1935.
O que muita gente não sabe é que essa música – entendida por tantos como o momento de
desligar o rádio – é a abertura da ópera cantada em italiano. O Guarani, uma das mais famosas
do final do século 19. Seu compositor, o brasileiro Antônio Carlos Gomes, era um dos mais
populares da sua época. Com o crescimento do movimento modernista e seu auge na Semana
de Arte Moderna de 1922, entretanto, Carlos Gomes e suas composições começaram a ser
alvo de críticas de cunho nacionalista. Para entender melhor esse momento histórico e analisar
a relação dos críticos modernistas com a obra de Carlos Gomes, o maestro e musicólogo
Lutero Rodrigues, do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus da
Barra Funda, analisou publicações da época sobre o compositor em sua tese de doutorado.
“Sempre fui intrigado com posicionamentos taxativos”, conta o pesquisador. “Quando me
deparei com a questão dos modernistas em relação a Carlos Gomes e estudei mais
profundamente sua música, achei injusto.” Segundo Lutero Rodrigues, os críticos mais
ferrenhos de Carlos Gomes não eram músicos nem estudiosos no assunto, mas membros da
esfera literária brasileira: Oswald e Menotti Del Picchia. De acordo coam a bandeira que
levantavam – a do Modernismo -, era necessária uma ruptura estética com os preceitos
artísticos do passado e o desenvolvimento de uma arte nova e livre, que valorizasse de fato a
cultura nacional. Por ter vivido na Itália durante boa parte da vida, Carlos Gomes tinha uma
influência européia bastante arraigada.
conhecida abertura instrumental que já condicionou grande parte dos ouvintes a perceber que
começou a ‘Hora do Brasil’ – programa radiofônico realizado pelo governo federal desde 1935.
O que muita gente não sabe é que essa música – entendida por tantos como o momento de
desligar o rádio – é a abertura da ópera cantada em italiano. O Guarani, uma das mais famosas
do final do século 19. Seu compositor, o brasileiro Antônio Carlos Gomes, era um dos mais
populares da sua época. Com o crescimento do movimento modernista e seu auge na Semana
de Arte Moderna de 1922, entretanto, Carlos Gomes e suas composições começaram a ser
alvo de críticas de cunho nacionalista. Para entender melhor esse momento histórico e analisar
a relação dos críticos modernistas com a obra de Carlos Gomes, o maestro e musicólogo
Lutero Rodrigues, do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus da
Barra Funda, analisou publicações da época sobre o compositor em sua tese de doutorado.
“Sempre fui intrigado com posicionamentos taxativos”, conta o pesquisador. “Quando me
deparei com a questão dos modernistas em relação a Carlos Gomes e estudei mais
profundamente sua música, achei injusto.” Segundo Lutero Rodrigues, os críticos mais
ferrenhos de Carlos Gomes não eram músicos nem estudiosos no assunto, mas membros da
esfera literária brasileira: Oswald e Menotti Del Picchia. De acordo coam a bandeira que
levantavam – a do Modernismo -, era necessária uma ruptura estética com os preceitos
artísticos do passado e o desenvolvimento de uma arte nova e livre, que valorizasse de fato a
cultura nacional. Por ter vivido na Itália durante boa parte da vida, Carlos Gomes tinha uma
influência européia bastante arraigada.
